É cocktail, mas pode chamar de Rabo de Galo, como é popularmente conhecido nos balcões dos bares Brasil afora. Há 65 anos, este drink entrou para a história do país e se tornou um patrimônio cultural, assim como a Caipirinha.
A trajetória do cocktail teve início na cidade de São Paulo com a chegada de uma fábrica de bebidas, nos anos 50. A indústria queria atender os anseios alcoólicos dos imigrantes italianos, no entanto, estes consumidores, encantados pela Cachaça, deixaram de consumir o Vermute para apreciar o “ouro líquido brasileiro”.
Assim, foi criada uma mistura dos dois, utilizando um copo apropriado que continha marcação das doses. Segundo relatos, o fundo do copo era mais grosso para aguentar a batida no balcão, na volta do gole. Inclusive, a bebida era para ser chamada de Cocktail, mas a idéia foi rapidamente descartada e substituída pela tradução da palavra, que significa Rabo de Galo.
O Rabo de Galo, que inicialmente tinha em sua proporção original 2/3 de Cachaça para 1/3 de Vermute, nos dias de hoje não tem uma receita exata e nem há uma técnica fixa de preparo: as bebidas podem ser misturadas num mixing glass com gelo ou no próprio copo de servir. Com essas nuances de preparo, tornou-se o drink mais consumido pela boemia no Brasil.
A mistura de Vermute com Cachaça é um grande sucesso. Por isso, a bebida vem despertando o interesse dos bartenders e mixologistas, que estudam a origem da Coquetelaria Brasileira.
Para chamar ainda mais a atenção desses profissionais e das empresas do setor de bebidas em relação ao potencial do Rabo de Galo, duas referências mundiais do segmento juntaram-se para promover o Concurso Nacional do Rabo de Galo: o primeiro é Derivan Ferreira de Souza, conhecido como Mestre Derivan, e o segundo, seu “braço direito”, o bartender Daniel Júlio.
“Nas edições anteriores do Concurso Rabo de Galo, tivemos a oportunidade de perceber o quanto esse drink tem potencial de chegar ao mesmo nível da Caipirinha em termos de reconhecimento mundial. Os profissionais e empresas que hoje acreditam nessa bebida estão colaborando para darmos continuidade a uma história que há décadas vem sendo escrita. O Rabo de Galo pode chegar muito além do que é atualmente. Os brasileiros já sabem o que é bom. Devemos expandir isso, agora, para o mundo”, comenta o Mestre Derivan, um dos idealizadores do evento.
Em 2018, o Concurso Rabo de Galo foi um verdadeiro sucesso e movimentou a capital paulista. Foram mais de 40 bartenders de todo país inscritos e que prepararam receitas inéditas da bebida. O público pôde acompanhar a disputa ao mesmo tempo que degustava gratuitamente as Cachaças expostas no evento.
Por conta do sucesso, a organização vai repetir a dose em 2019. Neste ano, o evento acontecerá em 19 de agosto, das 13h às 20h, no Leques Brasil Hotel Escola, na rua São Joaquim, 216, no bairro da Liberdade, em São Paulo.O concurso conta com o importante patrocínio do IBRAC – Instituto Brasileiro da Cachaça – e apoio da Cúpula da Cachaça, Confraria Paulista da Cachaça, Escola da Cachaça, Viva Cachaça, Bartender Store, Cachaciê e Solution. Para mais informações, acesse: www.instagram.com/rabodegalo.oficialbrasil/.
“Para o Instituto Brasileiro da Cachaça, entidade que trabalha pela valorização da Cachaça no mercado brasileiro e internacional, é uma honra patrocinar o III Concurso Nacional Rabo de Galo. A quantidade de atributos da Cachaça (ingrediente principal do rabo de galo) e sua versatilidade fazem da bebida um destilado distinto dos demais, contribuindo para que o drink conquiste novos fãs no Brasil e no mundo. A iniciativa do Concurso é louvável, uma vez que resgata uma bebida tradicional do país, valoriza a Cachaça e eleva o Rabo de Galo ao cenário da coquetelaria internacional”, declara Carlos Lima, diretor executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC).
O Concurso do Rabo de Galo continua levantando uma importante bandeira. “Seguimos com o nosso objetivo de aumentar a presença brasileira na carta da IBA – International Bartenders Association. Queremos que o Rabo de Galo seja o segundo coquetel brasileiro à base de Cachaça inserido nessa seleta lista, que conta com quase 100 drinks considerados os clássicos do mundo e que têm como base diversos destilados. Todo barman precisa conhecer e saber fazer estes cocktails”, explica Daniel Júlio.
O Brasil já consta nessa listagem com a Caipirinha, que é um drink muito apreciado e conhecido mundialmente, sendo a responsável pela disseminação do consumo de Cachaça no mercado internacional.
Mestre Derivan – Derivan Ferreira de Souza começou a estudar coquetelaria e bebidas alcoólicas aos 17 anos. Esteve à frente da direção da ABB – Associação Brasileira de Barmen – e dirigiu a IBA – Associação Internacional de Barmen – como vice presidente para América do Sul.
Trabalhou atrás do balcão de prestigiados bares que marcam a noite paulistana, como o San Francisco Bay, Bistrô, Tanoeiro Bar, Esch Café. Atualmente é consultor de vários bares de prestígio.
Conquistou vários prêmios ao longo de sua carreira, como “O Barman do Ano”, pela revista Veja SP, e o Prêmio Gula. Publicou cinco livros, sendo o mais recente “A Coquetelaria ao Alcance de Todos”. É um dos organizadores do Concurso Nacional de Rabo de Galo e do Concurso de Caipirinha Paulista no Mercadão de São Paulo para comemorar o centenário da Caipirinha. Para mais informações, acesse no Instagram:@mestrederivan.
Daniel Júlio – Renomado bartender. Estudou Mixologia Molecular, Mixologia Clássica e Mixologia Brasileira, além de ser um profundo conhecedor de bebidas e de frutas usadas na preparação de coquetéis especiais.
Trabalhou como barman no Bar Número, nos Jardins, ao lado do Mestre Derivan, com Coquetelaria Clássica e Contemporânea. Atualmente, está à frente do Aragon Restaurante, como Chefe de Bar, também localizado nos Jardins. É um dos organizadores do Concurso Nacional de Rabo de Galo e do Concurso de Caipirinha Paulista no Mercadão de São Paulo para comemorar o centenário da Caipirinha. Para mais informações, acesse no Instagram:@djulio-barman.