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Conheça um pouco mais sobre a carreira do DJ e Produtor LUCIANO! - HOUSEANDO

Conheça um pouco mais sobre a carreira do DJ e Produtor LUCIANO!

E ae galera, tudo bem?

Já tem um bom tempo que eu queria postar aqui no Blog histórias e curiosidades sobre grandes DJs e artistas que todo mundo acompanha e gostaria de saber mais.

E recentemente eu li uma entrevista super bacana com o DJ, produtor e MITO, LUCIANO,  que resolvi compartilhá-la com vocês!

A entrevista foi feita pela turma da BURN que inclusive está bombando com o concurso de Dj e a promoção do cruzeiro The Ark  que vc’s já viram aqui no Blog.

Quando um DJ alcança a fama e se torna um ícone premiado da cultura club, é fácil esquecer que em certo ponto de suas vidas eles estiveram presos no anonimato, perseguindo um sonho e lutando para fechar as contas no fim do mês. O DJ suíço-chileno Luciano dispensa apresentações. O mago do house minimalista tem estado à frente de tudo o que acontece de bom e excitante na house music por algum tempo, seja através de sua explosiva e intensa festa Vagabundos, que faz tours pelos melhores clubes do mundo, ou através de sua gravadora Cadenza Records, que se tornou um espaço receptivo e fértil para novos e criativos DJs.

Mas a história de como ele se tornou o artista que é hoje é uma que nunca deveria ser esquecida, porque é uma linda e universal história sobre os fundamentos do que a música significa: a disseminação de novas ideias por mentes jovens e criativas. Nós encontramos Luciano para conversar sobre como foi, para um jovem punk rocker das ruas de Santiago, se tornar um dos maiores DJs da América do Sul.

VOCÊ NASCEU NA SUÍÇA, MAS SE MUDOU PARA O CHILE AINDA CRIANÇA. COMO FOI CRESCER NA CAPITAL DO PAÍS, SANTIAGO?

Nós costumávamos viver em uma pequena vila na Suíça, só com vacas e a natureza. Era um paraíso. Mas quando nos mudamos para Santiago, estávamos em uma vizinhança bem complicada. Tivemos que aprender rápido o código das ruas e como nos manter seguros. Nós sempre fomos educados sobre o Chile pela minha mãe, mas viver lá e aprender como estar naquele ambiente foi um grande choque. Mas depois as coisas começaram a acontecer pra mim como pessoa. Eu passei a viver, curtir e fazer muitos amigos. Se você me perguntar hoje qual é o meu lar, eu vou responder: Chile. É lá que estão as minhas memórias.

COMO VOCÊ PASSAVA OS SEUS DIAS?

Nos fins de semana, você vai à praia, faz um churrasco, vê um pouco da natureza. Era um ambiente legal e saudável. Quando eu tinha uns 12 ou 13 anos eu comecei a aprender sobre música e a tocar um instrumento. Nós tínhamos uma banda da escola, então ensaiávamos bastante. Tínhamos baixo, bateria e eu tocava guitarra. Estávamos fazendo uma música bem estranha.

VOCÊ TEVE UMA CRIAÇÃO MUSICAL?

Meu pai costumava consertar jukeboxes, então sempre tínhamos música por perto. Era parte do meu dia a dia. Minha mãe sempre nos levava para shows também. Eu vi Michael Jackson ao vivo, o que foi incrível. Meus pais também costumavam receber amigos e eles tocavam muita música em casa, nas festas. Meu pai tinha muitos discos. Eu lembro de dormir durante essas festas, e ouvir todos aqueles sons ao meu redor. Então sim, desde muito cedo eu estava em um ambiente repleto de entretenimento.

 

QUAL FOI A SUA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA EM UM CLUBE?

Muito antes de eu frequentar clubes de música eletrônica, eu estava indo em clubes com shows de rock e punk. Ambientes bem pesados.

COMO VOCÊ COMEÇOU A SE ENVOLVER COM DANCE MUSIC?

A primeira vez foi quando eu estava visitando meu pai na Suíça. Todos os meus amigos da escola estavam frequentando clubes e ouvindo essa música eletrônica estranha, que eu odiava! Como músico, eu pensava ‘Isso é uma merda, não tem nada de natural nisso!’. Mas então eu comecei a me interessar por música eletrônica quando eu descobri uma banda que usava uma máquina de bateria ao invés de um baterista. Eu achei legal porque frequentemente, quando você chega no ensaio, o baterista ou o baixista está tendo um problema com a namorada e não pode ir ou algo do tipo, ou seja, a música sempre dependia de outra pessoa. Substituir os músicos por uma máquina era incrível, você podia se tornar uma orquestra de um homem só. Aquele foi o ponto de virada pra mim: perceber que com máquinas eu poderia fazer qualquer coisa.

Sim, não existiam muitos de nós. No total talvez umas 16 pessoas e nós estávamos organizando as primeiras festas de música eletrônica em Santiago. Nós estivemos por trás do movimento de música eletrônica do Chile. As primeiras festas eram em apartamentos com umas 50 pessoas que depois se tornaram uma coisa enorme. Havia muitos chilenos vivendo em outros países, como Ricardo Villalobos e Dandy Jack na Alemanha. Adrian (que era o irmão mais novo do Dandy Jack) era meu melhor amigo e nós estávamos nos apresentando em todos os lugares. Adrian sempre foi ligado ao seu irmão mais velho na Alemanha, que estava mandando muita música. Foi assim que nossa conexão começou. Então Dandy Jack conheceu Ricardo Villalobos em Frankfurt um dia. Na próxima vez que eles foram ao Chile, foram juntos, e eu estava na casa do Adrian. Foi assim que nós nos conhecemos.

COMO ERAM ESSAS FESTAS?

Meu Deus, às vezes eu ouço alguns DJs jovens falando sobre ‘underground’, mas eu não acho que nenhum DJ na Europa nos últimos dez anos faz ideia do que realmente é o underground. No começo a música eletrônica não era sequer um movimento reconhecimento pela sociedade no Chile. Nós estávamos à margem, tocando nos buracos mais horríveis e profundos da cidade. Eu lembro de um lugar que tinha um muro entre o DJ e o público com um buraco no meio. Adrian e eu estávamos nos apresentando e quando eu estava tocando ele ficava olhando pelo buraco pra me dizer como a música estava sendo recebida pelo público, então nós trocávamos e eu fazia isso por ele. Uma festa aconteceu em um prédio onde eles exterminavam cães de rua, porque ninguém acreditava no que nós estávamos fazendo e ninguém nos cedia espaço.

WOW, E COMO AS PESSOAS REAGIAM À MÚSICA ELETRÔNICA QUE VOCÊ ESTAVA TOCANDO?

Bom, um dia eu estava me apresentando em um clube que normalmente tocava rock e as pessoas vinham apagar os cigarros delas nos nossos discos, de nojo. Mas aquelas mesmas pessoas, dois anos depois, estavam dançando Techno. Tudo mudou. Nós vimos o nascimento daquela música no nosso país. Naquela época, não havia dinheiro ou fama como motivação. Isso é underground pra mim: um movimento que as pessoas não conhecem e que está tão escondido da sociedade que você precisa realmente procurar pra descobrir. Hoje é só algo que é maneiro ou parece maneiro. Mas música underground de verdade é aquela que você tem que procurar e ir até a porra de um porão no lugar mais esquisito do mundo.

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE A CULTURA DE CLUBE AGORA E QUANDO VOCÊ COMEÇOU?

As coisas passam muito rápido hoje. Muitos jovens artistas não têm sabem sobre os 15 ou 20 anos que nós tivemos que dedicar à música pra criar algo. Existe uma obsessão com as demandas de artistas e da indústria, que tudo precisa se mover muito rápido. Todo mundo fica ‘Qual é a próxima coisa?’. As pessoas querem um novo gênero ou uma nova qualquer coisa, sem ter a capacidade de ver que nós estamos em uma era de música feita por máquinas e não necessariamente precisamos mudar tão rapidamente. Tudo é pra agora.

O QUE VOCÊ QUER DIZER?

Bom, 25 anos atrás [na música eletrônica] eu sinto que tinha encontrado a nave que me levaria pra Lua. Eu sempre vou confiar naquela espaçonave.  Hoje todo mundo está na nave, mas sem saber, e ao invés de aproveitar, está todo mundo procurando pela próxima coisa. Nós precisamos dar um passo pra trás e apreciar a incrível revolução pela qual a música passou nos últimos 50 anos. Nós ainda estamos entendendo e aprendendo como expressar emoções incríveis através da música. Nós temos que respeitar tudo o que vem disso.

ENTÃO VOCÊ ACHA QUE AS PESSOAS PRECISAM DESACELERAR E APRECIAR MAIS?

Sim, eu acho. Tudo passa muito rápido hoje. Se alguém peida no Japão, em cinco minutos todo mundo sabe nas redes sociais. Antes não era assim. Uma versão teste de um disco que saísse nos anos 90 ainda seria procurada por uns dois meses. Nós apreciaríamos cada batida e melodia. Mas hoje tudo passa tão rápido que não existe tempo pra apreciar. Qual é a próxima merda? É essa merda aqui. Você só precisa ouvir. Existe algo único e incrível acontecendo hoje, mas ninguém tem tempo para apreciar.

https://www.youtube.com/watch?v=M3LIEsQlwUA

VIA

@orubensj

Amante da música desde criança, decidiu na faculdade de Comunicação criar um blog para compartilhar músicas e festas entre amigos, transformando o blog em um dos principais veículos de música e Lifestyle do país!

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